Jornal "O Estado de São Paulo"
A alma brasileira No fim de semana, fui ao show musical da cantora Ithamara Koorax, por sinal, um portento de intérprete. O canto de Ithamara é precedido de um texto, lido em off, dedicando o espetáculo "a todos os artistas que nunca aceitaram barreiras ou limites à sua arte". O show encerra uma bela exaltação aos artistas brasileiros que, por falta de estímulo doméstico, acabam tendo que se exilar, levando seu talento ao resto do mundo, que os acolhe com entusiasmo. Quando terminou o maravilhoso desempenho da cantora - realmente, um fenômeno vocal - eu pensava na diferença de sorte entre o artista e o jogador de futebol. Quem é bom de bola e vai pro exterior é permanentemente louvado como legítimo representante da cultura popular brasileira. Já o artista, pobre dele, é absolutamente esquecido; quando não é hostilizado, discriminado, tido como trânsfuga, apátrida. Deslumbrado com o talento de Ithamara Koorax, eu a via no palco com o santo orgulho de sabê-la celebrada pela revista americana Down Beat como uma das quatro melhores cantoras de jazz do mundo, ao lado de Diana Krall, Cassandra Wilson e Dianne Reeves. De jazz, diz a conceituada publicação; de MPB há de dizer quem, como eu, ouviu Ithamara cantando Tom, os irmãos Valle, Jorge Benjor e tantos outros compositores da MPB. Emociona ouvir cantar Ithamara. Se é verdade que cada música tem sua alma, essa admirável cantora tem o dom de criar uma voz que parece ter nascido com a alma da própria canção. Nunca é demais repetir que os artistas que se apresentam no exterior não mostram apenas a beleza de sua arte pessoal. A imprensa especializada talvez ainda não tenha parado pra pensar que eles expressam, lá fora, em cenários distantes, a própria alma do povo brasileiro. São tão heróicos quanto os idolatrados craques do nosso futebol. Quando Ithamara canta é mais um gol do Brasil. [21/MAI/2003] |
''A quantidade de boatos que um homem pode levar a sério é inversamente proporcional à sua inteligência.'' Schoppenhauer |
"...Koorax is her own woman. She is multi-faceted and multi-lingual, comfortable in all situations and expressive in a variety of languages. Her range and technique are remarkable but you don´t necessarily take time out to marvel at her technique until later on because you are too absorbed in her musical message.... Obviously, her singing speaks for itself with celestial eloquence." Ira Gitler, December 2002 (Mr. Gitler, born in NY in 1928 and regarded as the most important jazz historian alive, has written liner notes for legendary albums by Miles Davis, John Coltrane, Thelonious Monk, Charlie Parker, Billie Holiday, Chet Baker, Art Blakey, Milt Jackson, Modern Jazz Quartet, Herbie Hancock, Sonny Rollins and countless others. A longtime contributor to Down Beat, Jazz Times and Swing Journal magazines, he teaches jazz history at the Manhattan School of Music. His books include Jazz Masters of the ‘40s and Swing to Bebop. He co-wrote, with Leonard Feather, The Biographical Encyclopedia of Jazz) |
"One of the best singers in the current scene. Period." Antonio Carlos Jobim, 1994 |
"It`s a wonderful album and Ithamara sounds wonderful. I have long thought that the future of jazz would benefit from more knowledge by American musicians of South America music. Your album reinforces this belief...One of my favorite singers in the world was Elis Regina. She would, I´m sure, love your work." Phil Woods, 1995 |
"It´s amazing how large an orchestral sound she got from a small ensemble...Ithamara sings with fire and passion...I´m thrilled that Ithamara wants to perform my music and sing my songs". Dave Brubeck, 1996 |
"Simplesmente a melhor cantora brasileira e uma das melhores do mundo. Ithamara tem uma enorme extensão vocal, o que é raro. Isso sem contar a interpretação e a beleza cristalina da voz, que são únicas" Mario Castro-Neves, 2002 |
"Last year, I had the pleasure to record for Ithamara`s new album. Ithamara sings with a very personal approach, going for the beauty of a true and honest expression (kind of under the surface). Not for pretty, hollywoodlike, convenient, artificial clichés. Also her integrity as a person and her dedication to music made it a pleasure to work with her." Jurgen Friedrich (2002) |
''É preferível estar entre os perseguidos a
estar entre os perseguidores.''
Talmude |
Texto de ARTHUR DA TÁVOLA, publicado no jornal O Dia e selecionado por Ithamara Koorax. No inferno da mesquinharia Os sub-seres são personagens riquíssimos para literatura e dramaturgia que através deles pode estudar a vida na sua irrealização. “O erro é uma verdade enlouquecida”, já disse alguém. O sub-ser vive de verdades que enlouqueceram de tanto ser tentadas sem oportunidade de realização. Os sub-seres não são menos inteligentes, ativos ou observadores. O que eles são é sub! Tudo o que fizerem trará a marca da amargura, do ressentimento, da frustração de onde provêm e na qual acabam por chafurdar. Existem na dramaturgia como existem na vida. Os sub-seres não se revelam através de uma percepção imediata pois não possuem a grandeza trágica dos miseráveis ou dos humilhados e ofendidos, estes sim, objetos da preocupação pictórica, dramatúrgica ou literária. Eles se auto denunciam pela mesquinharia do dia-a-dia; pelo comezinho; pelo pequeno egoísmo mal resolvido, pela mofa, pela zombaria, pela acidez na crítica, pelo defender-se sempre, pela incapacidade do gesto audaz ou generoso, pelo reduzir os outros e a vida, sempre, à sua (deles) dimensão, incapazes de um vôo, um suspiro, uma admiração desinteressada ou entrega generosa. Eles não ousam vencer: vivem de impedir a derrota. Sua atenção à mesquinharias, sua indormida desconfiança fazem deles uma espécie de pertinazes redutores de tudo ao contexto mofado de inferno astral onde não “vivem”: duram. Comprazem-se com a dor de quem fingem ajudar, até quando, de fato, ajudam. Em geral são pessoas de baixa pulsão erótica, amargas, frustradas, sempre realizando na fantasia, na fofoca ou na pequena maldade disfarçada, o que lhes faltou de vigor interno, decisão d’alma, disposição física ou denodo. Como são, porém, pertinazes em seu pequeno mundo, por ali ficam beliscando, mordendo, remoendo, debicando, teimando, esperando as brechas, espreitando as dores e momentâneas quedas alheias, ocasião em que, organizados aparecem e “brilham” sobre a carniça ou o cansaço dos fortes. A questão não é terrena. É de hierarquia espiritual. |
''Não faça aos outros o que gostaria que fizessem a você. O gosto deles pode não ser o mesmo''. Bernard Shaw |
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